Ditadura Pósmodernocolonial e Holocausto Indígena e Popular!

522 anos de holocausto indígena contra os povos de Abya Ayala!

Debate Pré-Coirem: <<2014-1964: 50 anos de luta por direitos e liberdade de expressão>> organizado junto aos cursos de Comunicação Social e Letras da Moacyr Bastos, reunindo cerca mais de 50 moradores de Campo Grande, Sepetiba, na Zona Oeste do Rio.

Grande Guerreiro Kaxalpynia Runayke Yagua! Da Amazônia indígena Teko Haw Maraká’nà nos disse, entoando cantos de luta: vamos chamar a toda a sociedade internacional, a OIT, os Direitos Humanos, a UNESCO, a CIDH, a ONU, as organizações e movimentos antidominação, e vamos denunciar… E estaremos nas ruas por dignidade! Vamos esperar somente uma posição da 6a. Câmara do TJF da Procuradora Duprat para lançar a campanha internacional. Sua companheira, Miryám Hess Guarani Kaiowá, com vasta experiência no movimento indígena, nos trouxe a dimensão demográfica do holocausto indígena. Ela comparou a questão judaica, na razão de 6 milhões de pessoas assassinadas, com a indígena, algo mais que 50, 70, 140 milhões… Não são só 514 anos, mas 522 anos de holocausto indígena em Abya Ayala (‘América Latina’), a mesma idade aproximada das missões capitalistas ocidentais em terras indígenas daqui. Desde 1492.

Na abertura da noite, Kaxalpynia realizou um ritual de purificação, indianização e resistência.

Na foto, aparece projetado os slides que fizemos para a noite, atrás do nosso amado coração cacique Korubo, a imagem do antigo prédio do Museu do Índio ficou superposta à imagem da casa de uma família indígena em chamas em Santana de Ilhéus… Nosso destino histórico como universidade da luta, da resistência da cultura indígena, pré-colonial, pré-modernocolonial, mais avançada que as mais avançadas das tecnologias… Terra Preta de Índio!

Mônica Lima tratou do quadro de execeção contra os direitos das minorias e contra a população em geral, de retrocesso social, de graves impactos contra a saúde e a vida principalmente das populações mais pobres, e tradicionais, originários, indígenas, não só aqui mais em todo o Brasil. A Coca da Copa que não pegou distribui a mesma garrafinha de alumínio do Belo Monte que sangra pachamamama na PanAmazônia! Ela apresentou vídeos feitos pela Jornal A Nova Democracia documentando dois despejos da Teko Haw de sua T.I. E do uso de armas letais pela PM contra manifestações, entre outros abusos e da repressão. E tratamos da importância das táticas de auto-defesa (black bloc) evidenciadas no dia 20 de junho, da prisão de Rafael Alves Vieira, o dia que não terminou…Quandos ‘xs black blocs’ evitaram uma tragédia! Saíamos da ordem das centenas de milhares e entramos na casa dos milhões…

A passagem aumentou de novo, a ditadura é evidente! Os cofres continuam a sangrar para a Copa. Continuam financiando o extermínio, o genocídio. Os índices de violência explodiram! Homicídios dolosos e ‘autos-de-resistência’ (que são mais do mesmo self) explodiram! Crimes contra o patrimônio, explodiram! O número de desaparecidos, na casa dos milhares, nem se fala! Falência TOTAL das UPPs! O povo já canta e sabe, a UPP também é ditadura. A chapa tá quente! Todo dia explode rebelião, insurgência, contra a prisão ilegal e assassinatos de pretos, indígenas, pobres em geral… Mas a Máquina de Gastar Gentes não Pára! Pare a TKCSA! Nem o MPF… Mais adiamento! Não Vai Ter Copa! Nem Eleição! O horizonte é a revolução anticapitalista! O poder do povo!

Pesquisador do Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos e midiativista do Laboratório Indígena de Comunicação – ComTekoHaw Maraká’nà – Fernando Guarani Kaiowá Soares falou sobre a história das remoções na cidade do Rio, e situou o quadro atual como de estado de exceção não-declarado, no âmbito do que o economista Páblo Dávalos chama de posneoliberalismo.

Da Fundação Leão XIII ao OcupaFavelaTelerj/Ói: Mais de 50 anos de Remoções Forçadas, Arbítrio, Tortura e Gentrificação da Cidade, da industrialização à cidade-agência-empresa-de-serviços do Plano Estratégico Municipal de início dos anos 2000, de Maia-Solange Amaral (DEM), a Paes-Bittar-Pires (PMDEM-PT).

Deste ninho da serpente, que nos redivive Sandra Cavalcanti (da época em que os pobres eram embrulhados em sacos e jogados nos rios da Guanabara), foram gestadas as sementes, os objetos técnicos e os ‘projetos’ do PAC ppps grandes favelas em um conluio público-privado! Este movimento no entanto, faltou dizer, do PAC, das ppps, não começa hoje, ela é uma continuidade do plano traçado na ditadura, quando houve a alienação do patrimônio público para ’empresas estatais, de economia mista, com a flexibilização dos processos de alienação patrimonial… Isto foi na década de 70, seja com o imóvel da Aldeia Maracanã, os 14,3 mil m2, seja com a área da antigo Companhia Nacional de Abastecimento-Conab, em Manguinhos. Ou com o imóvel do OcupaTelerj/Òi, removido ilegalmente, são mais de 20 anos de abandono, eles têm isto em comum. No caso do antigo SPI/Funai/Museu do Índio, desde 1978! O que nos coloca, na década de 70, na vanguarda do processo de origem e desenvolvimento da plataforma neoliberal, das ppps. etc… Conforme Harvey.

Fernando chamou a atenção da Comissão da Verdade: muito se fala da perseguição contra deputados, intelectuais, até operários, e hoje até o movimento indígena entrou na pauta da Comissão, mas o extermínio conta população das favelas continua silenciado! Disse, relembrando o incêndio ocorrido nos arquivos da Fundação Leão XIII de Manguinhos.

“Na época da Leão XIII vivíamos sob o paradigma marshalliano (do Plano Marshall) dos direitos humanos. Para ter acesso à previdência, saúde pública e aos direitos sociais, era necessários estar regularmente empregado. O registro civil de populações removidas, especialmente, dos Conjuntos Habitacionais Provisórios -CHPs, do governo Carlos Lacerda, do CHP2 de Manguinhos ou da Nova Holanda na Maré, era feito pela Leão XIII. Havia uma seleção moral que obedecia à lógica moral da Igreja Católica. Se você fosse de santo, ou seja, de religiões afro, podia ser proibido de participar do enterro de um vizinho na Igreja São Daniel, por exemplo. Sob domínio da Ordem dos Cavalheiros de Cristo (relacionada a Opus Dei, e a Cia de Jesus, tendência de direita da Igreja Católica). Se não tinha o registro, não tinha acesso aos direitos e podia morrer na invisibilidade, desaparecido, como o Amarildo!”

E relembrou os professores Victor Ribeiro, Urutau Wazaizara Guajajara, Carlos Porto-Gonçalves entre outros, na concepção da idéia concreta de ‘indigenato urbano’, em diálogo com antropólogo Darcy Ribeiro, que tratou da formação de um campesinato no Brasil como indigenato… Da origem guarani do conceito de Mutirão como modo de produção coletivo e solidário, do tupi-guarani muitiró. Como autonomia. Auto-construção. Auto-governo! Da retomada reTupinambá, de Terra Preta de Índio, da Aldeia Maraká’nà”! De Manguinhos, à Pavuna!

Agenda COIREMaraká’nà

O COIREM (1º Congresso Intercultural de Resistência dos Povos Indígenas e Tradicionais do Maraká’nà) será em junho (04-09), na Rural de Seropédica.
AGENDA

A Universidade-Aldeia Intercultural da Luta Indígena e Popular Maraká’ànà: cumprindo a tradição de resistência e retomada das terras ancestrais e da política às ruas… territorializando e desterritorializando… praticando o “manejo indígena”…

03/05 (terça) – Aula pública de língua e cultura tupi na Cinelândia, às 18h: no centro da cidade do Rio, em frente à Câmara dos Vereadores, a Universidade Intercultural Indígena Aldeia Maraká’ànà com seu projeto político-pedagógico de educação libertária, toda terça-feira dentro do projeto coletivo de Assembléias Populares do Centro do Rio;

08/05 (quinta) – Reunião operativa do COIREM com o Andes-RJ, às 16h;

09/05 (sexta-feira) – VULNERÁVEL – V Seminário de Pesquisadores do PPGARTES/UERJ:

* às 10h: <<Encontro >> com a Aldeia Maracanã na Praça das Árvores, próxima à Capela Ecumênica da UERJ;

*às 17h30min << Performances + Intervenções>> Happening (Co-Art/ Hall do Café + caminho até a Aldeia Maracanã)

CineTekoHaw Maraká’nà Sessão Cine Fantasma: Video-invocação de imagens da Aldeia Maracanã e entorno. Conexão espiritual e cinema do além. #anacaram
https://www.facebook.com/events/1383443028608742/

Mais informações: http://encontrovulneravel.wordpress.com/

09/05 (sexta) – II Encontro de VideoAtivismo, 13h – Ocupação Manoel Congo / Cinelândia/RJ – https://www.facebook.com/events/283255281837749/?fref=ts

10/05 (sábado) – Universidade Intercultural Indígena Aldeia Maraká’ànà no “manejo” do seu território, às 15h: aulas e atividades da Universidade libertária na Aldeia. Todo sábado no lado de fora que é dentro. Do lado de cá do coração!

AYAYA!!

A organização do evento agradece ao movimento Resistência Aldeia Maracanã – Teko Haw Maraká’nà – Aldeia Rexiste!, ao Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos e do blog Movimento Indígena Intercontinental aos moradores de Sepetiba que estiveram presentes.1013601_1450925441817026_3424869794095060550_n 10275980_1450925371817033_4078677791843720831_n 10358551_1450925181817052_3541177189837133018_n 10364078_1450925148483722_2379538017990403031_n 10247231_1449662641943306_9095552882485764408_n 1098325_1449662628609974_5132767961902104804_n 10171646_1449588331950737_2042788966839319748_n 10256108_1449588321950738_63672310316889445_n 10309527_1449588308617406_1808695657210715035_n 10303779_1449577485285155_4173907049623917126_n